Neste dia 8 de março se comemora mais um Dia Internacional da Mulher, data que é marcada pela luta das mulheres por igualdade, respeito e melhores condições.

No esporte, embora haja atletas que fizeram história em todas as modalidades, as mulheres ainda enfrentam muitas dificuldades, seja por assédio, discriminação ou mesmo falta de incentivo. Infelizmente, ainda hoje muitos esportes são considerados “masculinos” e a dificuldade em praticá-los torna-se um obstáculo a mais para as interessadas.

“Felizmente, nunca sofri nenhum tipo de preconceito dentro do esporte, porém já vi pessoas próximas de mim sofrerem. É uma situação que, ainda que eu nunca tenha experimentado, foi e é muito doloroso ver acontecer”, comenta Stella Terra, atleta do Palmeiras que já jogou futsal por Itupeva muitas vezes e dona de um canal esportivo no YouTube, o Boa de Bola.

Para ela, se comparado ao passado, o futebol feminino tem crescido, ainda que esteja muito longe do reconhecimento que o masculino recebe. “As mulheres estão tendo o seu espaço e sendo valorizadas, se formos olhar num âmbito geral e se formos olhar o histórico da modalidade. O comparativo com os homens ainda existe e a diferença é grande, mas hoje entendo que o ideal é olhar o futebol feminino dentro de si mesmo e ver se houve evolução ou não, e entendo que sim, as mulheres estão conquistando o seu espaço e o reconhecimento que merecem e a tendência é só melhorar. Eu acredito que aos poucos o preconceito e a discriminação estão diminuindo e dando espaço para o talento e a competência que as mulheres possuem dentro do esporte, seja qual for a modalidade”.






Aline Munarolo, que tem um longo histórico esportivo representando o município no basquete, aponta que a falta de incentivo é um dos principais fatores que dificultam a prática pelas mulheres: “Infelizmente, ainda hoje, não só em Itupeva mas em muitas regiões o NÃO incentivo ao esporte feminino pesa muito, afinal, temos diversos exemplos de mulheres espetaculares, que lutaram para estar onde estão e mesmo assim ainda sofrem por não terem o mesmo reconhecimento. Olhando como atleta, mãe, e hoje professora, vejo que o esporte feminino em Itupeva poderia ser mais valorizado sim, ter mais apoio e incentivo. Uma pena saber também que nossas crianças em geral estão sofrendo com a falta de incentivo, na verdade falta tudo… principalmente as autoridades entenderem que esporte é vida, é saúde, é cultura, é base de caráter”, conclui a atleta, que aproveita para apontar ainda que modalidades como o basquete, por exemplo, recebem muito menos atenção do que o futebol. 

Se dentro do campo e das quadras as mulheres vêm conquistando seu espaço cada vez mais, nos half pipes e nas pistas de skate não é diferente. A modalidade, na qual o Brasil é uma das referências mundiais, é conhecida pelo companheirismo e respeito. “Na pista de Itupeva nunca sofri nenhum tipo de discriminação por ser mulher ou iniciante, ao contrário, eles ajudam bastante quem precisa aprender, tipo ‘vamos você consegue!’. Com os skatistas eu nunca vi desrespeito na competitividade, os caras são bem parceiros e respeitam as mulheres nas pistas de skate”, conta a skatista Rafaela Souza Santos, de 19 anos.

Apesar disso, ela reconhece que ainda há uma disparidade nos campeonatos: “Os skatistas masculinos ganham mais premiação do que as mulheres. Eles alegam que na categoria masculina é mais competitivo e difícil. O skate feminino está crescendo bastante e as mulheres precisam ser exaltadas e terem os mesmos direitos que os homens”, avalia a jovem, que termina com uma afirmação que reflete a forma que as mulheres merecem ser vistas, não apenas no esporte, mas na sociedade:

“Ainda existe muito machismo nos esportes por acharem que as mulheres são sexo frágil, mas, na verdade, somos capazes de fazer o que quisermos!”